quinta-feira, março 02, 2006

Arte - Reflexões


“A arte torna-se viva somente quando ela oferece uma estrutura teórica para questionamentos”.

Norman White
In: DOMINGUES, Diana. A arte no século XXI. A humanização das tecnologias. São Paulo: Unesp, 1997

“Mesmo na década de 90, pouquíssimos artistas descobriram que o computador é muito mais do que uma ferramenta. Uma ferramenta é um aparelho projetado para desenvolver uma série de funções muito particulares. Por outro lado, a funcionalidade de um computador não tem fim. Seu escopo total não é – e jamais poderá ser – completamente entendido, mesmo por quem o projetou. A noção completa do processamento de informação é uma cifra que se expande à medida que a consciência se expande, e sua total importância sempre está além do nosso entendimento. É como se nós, acidentalmente, nos enganchássemos na ponta do chifre de uma animal, no interior de uma labirinto existencial. Parte do problema está na própria palavra “computador”. O nome implica obstinação e resultados controlados. Seria muito melhor o chamarmos de ‘o espelho deformante da casa dos espelhos’ (fun-house mirror), o que nos remete à capacidade que o ‘computador’ tem de absorver nossa intenção e joga-la de volta para nós como uma metamorfose surpreendente. Potencialmente, esta metamorfose fornece uma ponte conceitual para um padrão completamente novo de pensamento e investigação”.

Norman White
In: DOMINGUES, Diana. A arte no século XXI. A humanização das tecnologias. São Paulo: Unesp, 1997

“A Arte é a base da vida, sem ela o homem não vive, pois ela está presente em todos os momentos existenciais do ser humano, tanto no que concerne à estética do cotidiano como à estética formal, pois o indivíduo convive em sua cotidianidade com esta relação dialética tendo a Arte sempre presente em sua vida em um determinado contexto sociocultural. Sob este prisma o ensino de Artes se notabiliza, pois é a mola-mestra para o desenvolvimento cognitivo e sensibilidade na formação acadêmica, seja na educação básica seja no ensino superior”.

Ayrton Dutra Corrêa
CORRÊA, Ayrton. Ensino das artes: múltiplos olhares. Ijuí: Unijuí, 2004

“Convidar é convocar, seduzir, despertar a atenção para um evento, no caso para imagens tanto do cotidiano como da Arte. Um convite pressupõe quem convida, uma pessoa ou instituição, quem é convidado e uma dada situação. Por isso, um convite ao olhar das crianças. De crianças pequenas que cotidianamente olham muitas imagens na rua, na escola, na televisão, mas pouco expressam o que pensam acerca dessas imagens.... Estudos da área da educação apontam a necessidade de propostas sistematizadas de possibilidades de leitura, incluindo imagens do cotidiano, programas televisivos e obras de Artes Visuais, a serem feitas desde a escola de Educação Infantil, de modo a propiciar uma visão crítica do mundo imagético. Assim, é importante refletir com as crianças sobre as imagens que elas vêem no seu cotidiano, ajudá-las a olhar e a compreender o que lhes é apresentado... A teoria de Piaget, ao tomar como foco a interação entre o sujeito e o meio físico ou social na construção de conhecimento, auxilia-nos a entender como a criança em interação com diversas imagens, atribui sentido a elas. O sentido vai ser dado pelo contexto social e cultural e pelas informações que o leitor possui. Ao olhar uma imagem a criança procura atribuir-lhe um significado, como uma forma de relacioná-la aos seus sistemas de significações”.

Analice Dutra Pillar
CORRÊA, Ayrton. Ensino das artes: múltiplos olhares. Ijuí: Unijuí, 2004

“As pesquisas de Parsons, ao investigarem o desenvolvimento estético, estabeleceram cinco estágios na compreensão das imagens: a) atração pela cor: associações livres; b) ênfase no tema: beleza e realismo; c) expressividade; d) organização e estilo da obra; e) interpretação difere de juízo. Nesses estágios o autor salienta quatro aspectos: o tema, a expressão, os aspectos formais e o juízo. Esta seqüência, representa uma descrição do desenvolvimento da experiência estética. Estas etapas, segundo o autor, sucedem-se numa ordem que não é arbitrária: é preciso que determinadas etapas estejam adquiridas antes de se passar às seguintes. Parsons (1992) diz que cada passo representa um avanço em relação ao precedente porque possibilita uma compreensão mais apurada da Arte. O ritmo com que cada indivíduo percorre esta experiência depende da natureza das obras de Arte com que entra em contato e do grau em que se vê estimulado a refletir sobre elas”.
Analice Dutra Pillar
CORRÊA, Ayrton. Ensino das artes: múltiplos olhares. Ijuí: Unijuí, 2004

“O fazer artístico é uma forma de criar, ordenar, configurar, articular e expressar dada realidade. Nesta experiência estão implícitas as configurações de vida dos indivíduos, pauatadas dentro de valores coletivos, e expressas desde uma materialidade própria, possibilitando, a partir das propostas das linguagens, alterações culturais e sociais de todo um grupo.”

Ayrton Dutra Corrêa
CORRÊA, Ayrton. Ensino das artes: múltiplos olhares. Ijuí: Unijuí, 2004

“A Arte nos permite sentir a dinâmica da própria vida, pois o que percebemos por meio dela não é uma simples e única qualidade emocional. Como nos lembra Cassirer (1972), a Arte transfere todos os sofrimentos e violências, crueldades e atrocidades em meios de autolibertação, dando-nos assim a liberdade interior que não pode ser alcançada de nenhum outro modo. Neste sentido, lembramos Maria Helena Andrés quando diz que o artista é a voz que se alteia mesmo que seja na mudez aparente da pedra, pois, como destaca Pereira (1993), ‘a Arte é a expressão de um sentir particular, externado por diferentes linguagens, decorrentes do simples fato de estarmos vivos, percebermos e nos inquetarmos”.

Ayrton Dutra Corrêa
CORRÊA, Ayrton. Ensino das artes: múltiplos olhares. Ijuí: Unijuí, 2004

“Cientes de que o homem, seja o artista ou o professor de Artes, é produto de sua época, desdobrando o seu ser social em formas culturais, consideramos que nessa interação-ação com o mundo o indivíduo Arte-educador-artista descobre novas qualidades, reconsiderando até mesmo valores culturais. Fayga Ostrower (1996) respalda essa situação lembrando que ao aprofundar certos conteúdos valorativos, ou ao afirmar certas necessidades de vida que são negadas dentro do contexto cultural, as soluções criativas que o homem encontra, concretizam sempre uma extensão do real. Ainda que formulem caminhos utópicos, partem do real”.

Ayrton Dutra Corrêa
CORRÊA, Ayrton. Ensino das artes: múltiplos olhares. Ijuí: Unijuí, 2004

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