Na vida pessoal, os livros me dão asas, me fazem companhia, me estimulam, me envergonham...
Em suma, são provocadores importantes de emoções e pensamentos...
Não consigo dissociar minha vida da literatura. Tenho uma relação de amor e ciúme com meus livros. A leitura enriquece porque provoca, perturba e anima o ser...
A leitura provoca imagens que têm vida própria, e, na sua autonomia, agita a existência e permite a noção de sentido das coisas. O resto é sobrevivência. A vida sem provocações, sem imagens, é pobre...
É difícil precisar as interferências da literatura na mente humana. A lucidez que possa vir dela virá em doses diferentes para pessoas diferentes. Será única para aqueles capazes de reconhecê-la. É uma experiência difícil de compartilhar. Para isso é preciso que se leia e converse sobre leitura. Ninguém pode ser lúcido sozinho. Talvez possa, mas não adianta muito...
Não somos nós que achamos os livros; são eles que nos acham. De alguma forma, entramos no caminho de uma determinada obra por já estarmos com a mente aberta para ela. A educação, essa sim, é o modo mais eficiente de despertar o interesse pelo universo cultural e criar intimidade com ele. É uma viagem longa, mas, uma vez iniciada, não há retorno.”
Frederico Lucena de Menezes, psiquiatra e escritor.
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